A Queda de Hytalo Santos

Do estrelato digital às grades da prisão. O mundo das redes sociais, sempre repleto de glamour, fama instantânea e números estratosféricos, acaba de ser abalado por um escândalo de proporções nacionais. O influenciador Hytalo Santos e seu parceiro, Israel Nata Vicente, foram detidos preventivamente em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, nesta sexta-feira (15). A prisão foi realizada pela Polícia Civil de São Paulo, em cumprimento a mandados expedidos pela Justiça da Paraíba.

Mas por trás da detenção, o que realmente choca são os crimes que pesam sobre o casal. Segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba e pelo Ministério Público do Trabalho, as acusações envolvem tráfico de pessoas, exploração sexual infantil e trabalho infantil artístico irregular — crimes gravíssimos que, se confirmados, expõem uma rede de abuso travestida de entretenimento digital.

A faísca que incendiou o caso veio de onde menos se esperava: um vídeo do influenciador Felca, publicado no início de agosto, intitulado “Adultização”. O conteúdo, que já ultrapassa a marca de 42 milhões de visualizações, detalha a exposição e a suposta exploração de crianças e adolescentes nas produções de Hytalo. O vídeo não apenas viralizou, como também provocou uma reação em cadeia que culminou na prisão.

A cronologia de um escândalo em ascensão

A investigação não nasceu do nada. Desde 2024, denúncias de violação ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) já vinham sendo apuradas pelo Ministério Público da Paraíba. O caso, no entanto, ganhou força em 6 de agosto de 2025, com a publicação de “Adultização”. A repercussão foi imediata, levantando discussões intensas sobre os limites entre o conteúdo digital e a exploração de menores.

Dois dias depois, em 12 de agosto, a Justiça determinou a suspensão de todos os perfis de Hytalo nas redes sociais. Como efeito dominó, em 13 de agosto, foi expedido mandado de busca e apreensão em sua residência. Apesar das negativas públicas, a situação do influenciador só piorava.

Na sexta-feira (15), uma força-tarefa envolvendo autoridades federais, da Paraíba e de São Paulo pôs fim à liberdade de Hytalo e Israel. Além da prisão, a polícia apreendeu oito celulares e um veículo de luxo — bens que podem conter provas-chave para desvendar a extensão do caso.

A defesa do influenciador já anunciou que pedirá Habeas Corpus, mas a opinião pública está dividida entre o choque, a revolta e a expectativa de justiça. Resta a pergunta: até onde as redes sociais podem esconder crimes disfarçados de entretenimento?