Dia triste para Mulher que apanhou com 60 socos, ela acaba de…. ver mais

61 Golpes em Silêncio: A Noite em que Juliana Quase Não Sobreviveu
Era para ser apenas mais uma noite comum em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Mas para Juliana Garcia, aquele momento se transformaria em um dos episódios mais violentos e traumáticos de sua vida. Dentro de um elevador, confinada entre quatro paredes de metal, ela foi brutalmente atacada por quem dizia amá-la: Igor Eduardo Pereira Cabral, ex-jogador da seleção brasileira de basquete 3×3.
As câmeras de segurança registraram cada segundo da agressão. Foram 61 socos no rosto, desferidos com tamanha brutalidade que deixaram Juliana com um inchaço facial severo, lesões graves e uma expressão irreconhecível. O motivo? Um desentendimento banal — segundo Igor, porque ela não teria aberto o portão do prédio e o teria xingado. Ele afirma ter sofrido um “surto claustrofóbico”. Mas como justificar tamanha violência? O que poderia explicar a fúria de um homem contra uma mulher indefesa, presa dentro de um elevador?
A resposta, infelizmente, está num problema sistêmico: o feminicídio, que se arrasta silenciosamente pelos corredores dos lares brasileiros. Juliana sobreviveu. Mas a verdade é que muitas não têm a mesma sorte.
Recuperação Lenta, Dor Constante e Um País que Assiste Chocado
Após o ataque, Juliana foi levada ao hospital em estado de choque. Seu quadro é considerado estável, mas está longe de ser simples. Devido ao inchaço no rosto, a cirurgia reparadora precisará esperar até que o edema diminua — algo previsto apenas para o fim de semana. Até lá, ela segue uma dieta líquida e pastosa, sob forte controle de dor e constante monitoramento médico.
Em um gesto comovente, uma amiga próxima iniciou uma vaquinha online para ajudá-la a arcar com os custos médicos e cirúrgicos. A comoção foi imediata. Pessoas de diferentes partes do país se solidarizaram com a história e passaram a acompanhar cada atualização sobre o estado de saúde de Juliana.
Nas redes sociais, ela finalmente quebrou o silêncio. Agradeceu pelo apoio, pelas mensagens, pelas orações. Disse estar frágil, mas determinada. “Minha luta agora é para me curar, por dentro e por fora”, escreveu. Sua publicação rapidamente se espalhou, transformando sua dor em símbolo de resistência e coragem.
Enquanto isso, Igor Cabral segue preso preventivamente, indiciado por tentativa de feminicídio. O caso está nas mãos da Justiça, mas já provocou reações contundentes em toda a sociedade. Ativistas, artistas, influenciadores e até políticos se manifestaram pedindo punição severa e mais proteção às mulheres vítimas de violência doméstica.
Este caso não é isolado. É um alerta — mais um entre tantos que insistimos em ignorar. Quantas Julianas ainda precisarão sangrar para que medidas reais sejam tomadas?
Juliana Garcia agora carrega cicatrizes profundas, visíveis e invisíveis. Mas também carrega uma voz que não pode mais ser calada. Sua história escancara a ferida aberta da violência contra a mulher no Brasil — uma ferida que sangra diariamente, enquanto muitas vítimas ainda sofrem em silêncio, com medo ou sem força para reagir.
Se você conhece alguém em situação de risco, não se cale. Denuncie. Ofereça apoio. Porque toda vez que silenciamos diante da violência, permitimos que ela vença.