Irmão de Suzane Von Richthofen acaba ser encontrado, foi ela que m…’Ver mais

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O Silêncio de Andreas: O Outro Lado da Tragédia dos Von Richthofen

O ano era 2002. O Brasil inteiro parou diante de um crime que parecia impossível de acreditar: o brutal assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen, planejado e executado pela própria filha, Suzane. Naquele instante, um nome foi para sempre marcado pela dor — Andreas Von Richthofen, o irmão mais novo, que perdeu não apenas os pais, mas também a irmã, tragada por um abismo moral que o país jamais esqueceu.

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Suzane von Richthofen é processada pela Receita após receber mais de R$ 50  mil de pensão pela morte dos pais

Enquanto Suzane se tornava um dos rostos mais comentados da televisão e das manchetes policiais, Andreas desapareceu dos holofotes. O menino que viu sua família desmoronar mergulhou em um silêncio profundo, invisível aos olhos do público. Seu destino, como revelariam os anos seguintes, seria repleto de sombras, perdas e um sofrimento silencioso que poucos acompanharam.

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Após o crime, Andreas passou a viver sob a tutela da avó, Lourdes Maganani Abdalla, e de um tio. A tentativa de reconstruir a vida foi interrompida em 2006, quando Lourdes faleceu — mais uma ferida aberta em um coração que já conhecia o peso da tragédia. A solidão e a dor se tornaram companheiras inseparáveis.

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Mesmo assim, ele tentou seguir. Foi aceito em universidades, buscou novos caminhos, mas o passado parecia sussurrar em cada passo. Em 2015, mais de uma década depois do crime, Andreas quebrou o silêncio e escreveu uma carta emocionante. Nela, falou sobre o ódio e a repulsa que sentia pelo que havia acontecido — palavras que revelavam um homem ainda preso às ruínas do passado.

Dois anos depois, em 2017, um novo capítulo triste se desenhou. Andreas foi encontrado em estado de confusão, deitado no quintal de uma casa na zona sul de São Paulo. Quando a polícia o abordou, ele balbuciava frases desconexas, como se estivesse preso em um labirinto mental sem saída. Vestido com roupas rasgadas, com ferimentos nas pernas e olhar perdido, foi levado a uma clínica de reabilitação. Os relatórios médicos da época descreviam um jovem com má higiene, olhos vidrados e sinais de uso de álcool e maconha.

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Ele ficou internado por dias, sem visitas, sem notícias, sem companhia. Desde então, pouco se soube sobre seu paradeiro. O nome Andreas Von Richthofen sumiu novamente das manchetes — como se o tempo quisesse poupá-lo de reviver o pesadelo que a nação jamais esqueceu.

Suzane e a Liberdade Parcial: Um Contraste Doloroso

Enquanto o irmão desapareceu sob o peso da dor e do anonimato, Suzane Von Richthofen voltou a ser notícia. Na manhã de terça-feira, 13 de agosto, ela deixou o presídio em mais uma das chamadas “saidinhas temporárias”, um benefício concedido a detentos com bom comportamento. O destino? Desconhecido. Um carro a aguardava na porta da penitenciária, pronto para levá-la a uma “viagem” de sete dias longe das grades.

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A imagem da mulher que um dia planejou a morte dos próprios pais saindo livremente pela porta da prisão provoca um sentimento paradoxal no público: indignação e curiosidade se misturam em doses quase iguais. De acordo com as regras, Suzane não pode frequentar bares, festas ou boates. Deve permanecer no endereço informado à administração penitenciária e retornar ao presídio até o horário determinado.

Enquanto isso, o contraste entre os dois destinos permanece cruel. Ela, livre por alguns dias — ele, prisioneiro de um trauma sem fim. Suzane aprendeu a conviver com a exposição e, de certo modo, com o esquecimento seletivo da sociedade. Andreas, por outro lado, vive no silêncio — um silêncio que grita.

Duas vidas unidas por uma tragédia e separadas pelo peso das escolhas. Um nome, dois caminhos. E uma história que, mais de vinte anos depois, ainda paira sobre o imaginário brasileiro como uma ferida que o tempo insiste em não curar.

Eslara

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