“Não foi câncer”, mentiram o tempo todo, ela foi…Ver mais
O SILÊNCIO DE UMA GUERREIRA: OS ÚLTIMOS MISTÉRIOS SOBRE O CORPO DE PRETA GIL
O Brasil ainda tenta compreender a partida de Preta Gil. A cantora, de 50 anos, faleceu em Nova York no dia 20 de julho de 2025, e desde então, cada novo detalhe sobre seus últimos dias vem carregado de emoção, dor e curiosidade. Mas foi durante o processo de repatriação do corpo da artista que um assunto inesperado ganhou força: relatos sobre um forte odor sentido durante o velório e transporte fúnebre.
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O tema, cercado por desinformação e especulações nas redes, levantou dúvidas entre fãs e até profissionais da área da saúde. Para esclarecer o que realmente aconteceu, médicos ligados ao Instituto Médico Legal (IML) decidiram se pronunciar — e o que revelaram trouxe à tona não apenas uma explicação científica, mas também uma dura lembrança da batalha silenciosa travada por Preta contra o câncer.

Segundo especialistas, o odor não tem qualquer relação com descuido ou falhas na conservação, mas com processos biológicos inevitáveis em pacientes que enfrentam doenças terminais agressivas. Em casos como o de Preta, o corpo sofre transformações internas profundas, especialmente quando há disseminação tumoral em múltiplos órgãos. Essas alterações produzem substâncias que, mesmo antes da morte, já podem causar odores acentuados — sinais de um corpo que luta até o último instante.
A BATALHA INTERNA: CÂNCER, INFECÇÕES E O LIMITE DO CORPO HUMANO. Preta Gil enfrentava um câncer colorretal avançado, que já havia atingido o peritônio, os linfonodos e o ureter — regiões vitais e delicadas. Essa invasão tumoral provocou necrose tecidual, ou seja, a morte de partes do tecido corporal. A necrose é um processo natural, mas devastador, e está entre as principais causas do odor em pacientes terminais. Em seus estágios finais, o corpo passa a liberar gases e compostos que refletem a degradação celular — algo que ocorre mesmo sob cuidados médicos intensivos.

Os médicos também revelaram que Preta passou por episódios de choque séptico, uma infecção generalizada grave que compromete o sistema circulatório e acelera a deterioração dos tecidos. Essa condição, aliada à falência múltipla de órgãos, agrava ainda mais os efeitos metabólicos que alteram o cheiro natural do corpo humano.
Mesmo com todos os procedimentos exigidos para o transporte internacional — incluindo técnicas de conservação específicas — certos efeitos clínicos não podem ser contidos. O trajeto entre Nova York e o Brasil, somado à fragilidade biológica do organismo após semanas de sofrimento, pode ter intensificado essas manifestações.

Especialistas do IML reforçam que não há nada de anormal ou desrespeitoso nesse tipo de ocorrência. Pelo contrário, trata-se de uma consequência natural do colapso do corpo após meses de luta contra uma doença devastadora. A explicação serve como alerta para que a sociedade aprenda a tratar com mais empatia e menos julgamento os processos que envolvem o fim da vida.
ENTRE A DOR E O LEGADO: A LIÇÃO FINAL DE PRETA GIL
A discussão sobre o caso acabou revelando algo ainda mais profundo: a necessidade de compreender o corpo humano não apenas pela medicina, mas também pela humanidade. Médicos e fãs concordam em um ponto essencial — o odor, o sofrimento, a fragilidade, tudo isso faz parte de uma jornada que Preta enfrentou com uma coragem rara e comovente.

Desde o diagnóstico até os últimos dias, a cantora nunca escondeu o que vivia. Transformou sua dor em uma mensagem de força, mostrando que a vulnerabilidade não é fraqueza, mas uma forma poderosa de resistência. Com transparência, ela compartilhou tratamentos, medos, recaídas e esperanças — e, com isso, abriu caminhos para que outros pacientes e famílias falassem sobre cuidados paliativos e dignidade no sofrimento.
Preta Gil deixou mais do que uma obra musical: deixou um legado humano. Sua trajetória, marcada por afeto, empatia e autenticidade, ecoa como um chamado à compaixão — para que o público veja além das aparências, e entenda que até o silêncio de um corpo carrega histórias de amor e luta.
Hoje, o Brasil se despede não apenas de uma artista, mas de uma mulher que enfrentou o inimaginável com luz e coragem. Mesmo em meio à dor, Preta continua presente — lembrando que o verdadeiro perfume da vida está naquilo que deixamos nos corações que tocamos.