O vídeo que acendeu o pavio e gerou indignação

A polêmica envolvendo Zezé Di Camargo ganhou novos contornos nos últimos dias e rapidamente deixou de ser apenas um desentendimento nos bastidores da televisão. O que parecia uma simples crítica se transformou em um embate público, carregado de acusações, ironias e questionamentos éticos que tomaram conta das redes sociais. No centro da confusão, além do cantor sertanejo, surge o ator José de Abreu, conhecido por não medir palavras quando o assunto é política.

Tudo começou a partir de uma decisão do SBT que, à primeira vista, parecia apenas institucional. No entanto, a presença de uma figura política específica foi o estopim para uma reação explosiva, que ninguém imaginava que chegaria a esse ponto.

Zezé Di Camargo usou seu perfil oficial no Instagram para expressar revolta com o convite feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a inauguração do novo canal de notícias da emissora, o SBT News. No vídeo, o cantor não economizou nas palavras. Classificou a atitude como um desrespeito e afirmou que as filhas de Silvio Santos estariam “se prostituindo” ao dar espaço ao presidente.

A fala causou impacto imediato. Conhecido por seu posicionamento crítico ao atual governo, Zezé deixou claro que não concordava com a presença de Lula no evento e, como forma de protesto, pediu o cancelamento de um especial de Natal que já havia gravado para a emissora. A atitude dividiu opiniões: enquanto alguns fãs aplaudiram a postura firme do artista, outros consideraram o tom exagerado e desnecessário.

O vídeo se espalhou rapidamente, alcançando milhares de visualizações e despertando reações de figuras públicas. Entre elas, uma em especial não ficou em silêncio.

José de Abreu entra em cena e muda o rumo da história

José de Abreu, ator conhecido por seu engajamento político e comentários afiados, respondeu diretamente às declarações de Zezé. Usando seu perfil na rede social X, o ator trouxe à tona uma informação que mudou completamente o foco da discussão. Ele citou uma reportagem da revista Veja que revelou que Zezé teria sido contratado para um show com cachê de aproximadamente R$ 500 mil, valor pago com verba federal.

A partir daí, o tom subiu. Com ironia, Abreu questionou a coerência do sertanejo: como alguém que critica duramente o governo aceita receber recursos públicos para se apresentar? “Um oportunista! Pra pagar o cachê, o governo federal serve?”, escreveu o ator, inflamando ainda mais o debate.

Não satisfeito, José de Abreu incentivou uma mobilização online com a hashtag #cancelashowZeze, pedindo que seguidores se manifestassem contra a apresentação do cantor. Em poucas horas, o assunto já dominava discussões nas redes, dividindo artistas, fãs e internautas.

A contratação em questão seria para a tradicional Festa de Reis, em São José do Egito, Pernambuco, feita por meio de inexigibilidade — um procedimento legal e comum em eventos culturais. Ainda assim, o uso de recursos federais e a contradição entre discurso e prática ampliaram a controvérsia.

No fim das contas, a polêmica vai além de Zezé Di Camargo e José de Abreu. Ela levanta uma reflexão incômoda: até onde vai o direito de posicionamento político de um artista? E onde começa a incoerência entre discurso e atitudes? Enquanto a poeira ainda não baixou, uma coisa é certa: essa história ainda deve render novos capítulos — e muita discussão.